domingo, 24 de junho de 2007

POEMA Nº 4

Atender ao apelo monástico
de seus lábios,
num lampejo,
num círculo,
num esboço.

Envolver sua face,
lume de cobre,
com o espaldar
das mãos deleitosas.

Fazia frio quando os pingos de chuva
desceram, agarrando-se à janela,
misturando-se
ao vidro da madrugada
delirante.

Quis roçar os olhos nos olhos de seus lábios,
mas a rua movimentada foi mais rápida.
Pude, apenas, sorver um olhar,
sentir o calor de suas mãos
e quase me afogar
no lago de seu colo.

A ardência da espera antecipada.


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