(Em memória do poeta Bruno Tolentino)
Tão já, poeta-filósofo? A poesia fica menos.
Não haverá teu verbo refletindo sobre o sobre,
acima dos andares do edifício da palavra,
entre os andares do artifício da idéia.
Não a composição estratosférica, despojada de silêncio.
Não a lasca de uma estrela cintilante,
rompendo o céu numa chuva perene.
Tão já, poeta-síntese? A poesia lacrimeja.
Aonde sua expressão antagônica,
fuga das atrocidades,
pedra angular da vida,
ironia?
Tão já, poeta-poema? A poesia chora.
Não haverá teu nome,
Bruno Tolentino,
cravado em poemas de luz noturna,
Não sua imaginação provocadora,
inteligência viva.
Resta o descanso de sua poesia,
idéia da existência, resistência ao banal,
expressão da voz metafórica.
Resta o descanso de sua poesia,
apreciando-a sem engasgar-se
com as lágrimas de sua lembrança.
27/6/2007
segunda-feira, 23 de julho de 2007
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Um comentário:
Oi, Elson. O poeta foi cedo. E eu fiz o link.
Eu não sei se vc está em diálogo direto com o estilo dele: foi essa a sua intenção? Conheço ainda pouco a obra de Tolentino: penso que talvez ficará nos livros escolares mais por sua oposição a determinados livros escolares e a Caetano e ao Concretismo e outros.
Por isso, comme il faut fazer idéia do mundo como idéia, não?
Abraços do Lúcio Jr.
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